O embate entre a Prefeitura de Boston e o governo federal ganhou novos capítulos nesta semana. O diretor interino do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos (ICE), Todd Lyons, anunciou que a agência vai ampliar sua presença na cidade, em resposta direta à decisão da prefeita Michelle Wu de manter as políticas de cidade-santuário, desafiando uma ordem da administração Trump.

Em entrevista ao programa de rádio The Howie Carr Show nesta quarta-feira (20), Lyons afirmou que o ICE continuará atuando “para tornar Boston segura, algo que ela não consegue fazer com as políticas de cidade-santuário”.

Ele citou a Operação Patriot March, que já resultou em mais de mil prisões, e garantiu que novos agentes serão enviados para “neutralizar ameaças públicas” que, segundo ele, são liberadas de volta às comunidades por conta das diretrizes locais.

Questionado sobre uma possível operação de grande escala, semelhante à conduzida em Washington, D.C., durante a gestão Trump, Lyons confirmou que Boston deve esperar uma presença “mais robusta” de agentes federais.

“Vamos, sem dúvida, inundar a área, especialmente em jurisdições santuárias. Cidade-santuário não significa ruas mais seguras, mas mais estrangeiros criminosos circulando pelos bairros”, declarou.

Já Michelle Wu, que na terça-feira reafirmou o compromisso da cidade com os imigrantes, argumenta que sua postura representa a defesa de valores comunitários. Entretanto, críticos apontam que o embate com o governo federal pode também ter motivações políticas, transformando a pauta migratória em palco de disputa eleitoral — enquanto comunidades vulneráveis seguem expostas às consequências práticas desse confronto.

FONTE JS NEWS BOSTON