Um juiz federal do Texas ordenou a retirada do mercado da popular droga abortiva, decisão que não deve afetar os residentes de Massachusetts, pelo menos no próximo ano.
Em uma coletiva de imprensa concedida nesta segunda-feira (10), a governadora Maura Healey e outros líderes políticos, revelaram um plano para estocar um suprimento de mifepristona para aproximadamente um ano. Ao todo, são 15.000 doses que foram adquiridas pela Universidade de Massachusetts.
A governadora disse que sua administração disponibilizou cerca de US$ 1 milhão para os profissionais de saúde do estado alocarem a mifepristona.
“Nossa equipe já estava se preparando nas últimas três semanas, esperando que isso pudesse acontecer”, disse Healey. Na última semana, um grupo conhecido como ‘’Alliance Defending Freedom’’ ganhou um processo contra o FDA em um tribunal de Amarillo, no Texas, na última sexta-feira (7).
A Alliance, acusou o FDA de ter aprovado indevidamente o mifepristona. Essa decisão, foi considerada fundamental para medicamentos que tratam doenças graves, com risco de vida e que oferecem um benefício significativo em relação a outras terapias.
A Alliance disse que, por um lado, a FDA definiu incorretamente a gravidez como uma ‘doença grave’.
A mifepristona foi aprovada em 2000 e agora é amplamente utilizada para abortos. Nos EUA, ela é associada ao medicamento misoprostol, com a finalidade de interromper gestações de até 10 semanas. A mifepristona, funciona antagoniza a progesterona, um hormônio vital para a gravidez.
Healey disse que não foi por acaso que a Alliance Defending Freedom escolheu entrar com o processo no estado do Texas.
“Essa decisão por um tribunal federal em Amarillo, no Texas, foi escolhido a dedo por Donald Trump, que tem um histórico de tomar decisões radicais para restringir a liberdade das mulheres”, disse ela.
“Quando entrar em vigor, poderá proibir o mifepristone em todo o país, mesmo em estados como Massachusetts, onde o aborto é legal’’, completou.
Healey enfatizou que nada mudou em Massachusetts em relação à disponibilidade de abortos – incluindo aqueles que dependem da mifepristona. Na verdade, ela assinou uma ordem executiva nesta segunda-feira (10), confirmando que o direito ao aborto é protegido pela lei estadual. A ordem também protege os pacientes que usam mifepristona.
A senadora Elizabeth Warren também participou da coletiva de imprensa. Ela disse que há uma luta imediata e uma a longo prazo.
“Um juiz tomou uma decisão politicamente motivada para substituir médicos, pacientes e especialistas, bloqueando o acesso a medicamentos ”, disse Warren. “Hoje, estamos dizendo coletivamente, em alto e bom som, não sob nosso comando.”