BOSTON — As autoridades federais de imigração em Boston dizem que estão visando os esforços de deportação de pessoas procuradas por crimes graves em seus países de origem em um momento em que o número de pessoas presas ou expulsas nas fronteiras dos EUA está em um nível recorde.

As autoridades federais encontraram quase 1.600 pessoas ao longo da faixa da fronteira dos EUA que vão do Maine até a fronteira leste de Nova York de outubro a janeiro, de acordo com uma análise dos EUA. Dados da Alfândega e Proteção de Fronteiras por 25 Investigações.

Isso é um grande salto de cerca de 200 pessoas no mesmo período do ano anterior.

Esses números incluem em grande parte adultos solteiros, bem como centenas de famílias e um pequeno número de crianças desacompanhadas imediatamente expulsas para seu país de origem ou último país de trânsito. Também inclui pessoas levadas sob custódia dos EUA na fronteira, pelo menos temporariamente.

Em uma terça-feira recente, um grupo de oficiais de operações de fiscalização e remoção do ICE do escritório de Boston e de outros estados da Nova Inglaterra se amontoaram na delegacia de polícia de Everett.

O grupo realizou um briefing de segurança antes de uma operação planejada para prender indivíduos procurados por crimes graves no Brasil, incluindo um homem procurado por homicídio agravado e outro homem procurado por crimes financeiros.

"Não vimos nada assim", disse Todd Lyons, diretor do escritório de campo do ICE em Boston, ao repórter da 25 Investigates, Ted Daniel. “Tem sido sem precedentes.”

A instabilidade em países como Venezuela e Haiti está forçando as pessoas a sair para escapar da pobreza e da perseguição, de acordo com Sarang Sekhavat, diretor político da Massachusetts Immigrant and Refugee Advocacy Coalition (MIRA).

Pesquisas mostram que a maioria das pessoas não está fugindo da lei, disse Sekhavat à 25 Investigates.

“Estudos após estudos por décadas mostraram que os imigrantes cometem crimes em taxas mais baixas do que os nativos americanos”, disse Sekhavat. “Haverá valores atípicos em qualquer população.”

Lyons disse que o foco das operações de remoção da agência mudou para pessoas com avisos vermelhos - também conhecidos como mandados de prisão internacionais.

Desde 29 de dezembro, o escritório do ICE de Boston prendeu ou removeu cinco pessoas procuradas por assassinato, bem como outras que enfrentam acusações, incluindo tráfico de pessoas, tráfico de drogas e tentativa de assassinato.

“Nós realmente nos concentramos nos traficantes de fentanil, os traficantes de heroína, os traficantes sexuais de crianças queriam assassinatos”, disse Lyons. Na segunda-feira, oficiais do ICE prenderam uma mulher em Quincy procurada por assassinato e profanação de um cadáver. Lenaria Aparecida Pereira Sandoval estava trabalhando como motorista de entrega de pizza no sul de Boston. Ela já foi condenada a 17 anos de prisão no Brasil.

Lyons disse que as autoridades federais de imigração em Boston enfrentam desafios contínuos: desde o processamento de um número recorde de migrantes que buscam asilo até políticas locais que limitam que alguns departamentos de polícia de Massachusetts trabalhem com autoridades federais para deportar pessoas.

“Essa é uma das coisas muito difíceis com as quais temos que lidar na aplicação da imigração são jurisdições de santuário ou jurisdições não cooperativas”, disse Lyons.

A estratégia de aplicação da imigração do país mudou desde o governo Trump, observou Sekhavat.

O presidente Biden, um democrata, concorreu a uma campanha que criticou o histórico de seu antecessor em imigração e prometeu defender o direito dos migrantes de buscar asilo e perversamente certas proteções de deportação.

O governo Biden anunciou planos em 22 de fevereiro para limitar severamente o asilo para migrantes que não buscam proteção em um país pelo qual passaram antes de chegar aos EUA, de acordo com a Associated Press.

Funcionários da administração citaram o crescente número de migrantes e a iminente expiração de uma regra da era pandêmica que limita o asilo. Os migrantes também são instados a solicitar asilo inscrevendo-se para consultas através do aplicativo CBP One.

FONTE FOX NEWS