Brasileiros estão entre os imigrantes que viajavam em um ônibus que caiu de um penhasco à oeste do Panamá na madrugada desta quarta-feira (15); disseram as autoridades. Eles tinham como destino a fronteira com os Estados Unidos. Ao menos 39 dos mais de 60 passageiros morreram. Ainda não se sabe se os brasileiros estão entre os mortos. “É muito lamentável o que aconteceu (…)Dentro desse veículo havia venezuelanas, equatorianas, do Brasil, do Chile. Também tinha dois panamenhos que ainda estamos tentando confirmar suas identidades”, disse María Isabel Saravia, vice-diretora de Migração do país panamenho, em entrevista à rádio RPC.
Segundo a imprensa local, o acidente ocorreu após 14 horas de viagem. O ônibus partiu de Darién, um distrito na área florestal fronteiriça com a Colômbia, e seguia para um alojamento em Gualaca, na província de Chiriquí, divisa entre a Costa Rica e a Cidade do Panamá. De lá os viajantes iam seguir viagem para a América do Norte. O motorista teria passado da entrada do albergue e, ao retornar, bateu de frente com uma Van e despencou.
“Esta notícia é lamentável para o Panamá e para a região. O Governo Nacional estende suas condolências aos familiares dos mortos neste acidente e reitera seu compromisso em continuar oferecendo ajuda humanitária e condições dignas para enfrentar a migração irregular”, tuitou o presidente panamenho, Laurentino Cortizo.
A rota da América do Sul até os Estados Unidos tem sido utilizada com frequência por estrangeiros rumo aos Estados Unidos. Segundo dados do governo federal do Panamá divulgados pela agência AFP, em 2022, 248 mil migrantes entraram no país por Darién, o dobro do número de 2021, quando foram registradas 133 mil pessoas. A maioria dos imigrantes que utilizaram a rota no ano passado são venezuelanos.
O itinerário para chegar à América é feito a pé no meio da selva. Os imigrantes enfrentam perigos como animais selvagens, rios caudalosos, trilhas escorregadias ladeadas por ribanceiras, e grupos criminosos que atuam no tráfico humano. “Estamos preocupados com o aumento expressivo do número de crianças que atravessam a perigosa selva de Darién a caminho da América do Norte. Nos primeiros 45 dias deste ano, cerca de 7.000 crianças atravessaram a selva a pé”, lamentou a representante do Unicef no Panamá, Sandy Blanchet.
A embaixadora dos EUA no Panamá, Mari Carmen Aponte, lamentou as mortes dos imigrantes. “É com muita dor que apresento minhas condolências às famílias afetadas pelo trágico acidente que causou a morte de migrantes em Chiriquí”, disse Aponte. “Nossa embaixada está em comunicação com o Governo do Panamá e organizações internacionais para prestar apoio às vítimas”.
A investigação para apurar as causas do acidente está em andamento.