O visto E-2 pode ser uma alternativa para empreendedores brasileiros que desejam abrir um negócio nos Estados Unidos. A autorização é de não-imigrante e permite que investidores conduzam as atividades comerciais em território norte-americano e, consequentemente, tenham permissão para residir no país. Leia perguntas e respostas abaixo.
A concessão depende da existência de tratados comerciais dos Estados Unidos com outros países. A lista é restrita e, na América do Sul, exclui Brasil, Uruguai, Venezuela, Peru, Guiana e Guiana Francesa. Por esse motivo, investidores de países sem acordo comercial com os Estados Unidos, como é o caso do Brasil, só conseguem obter o visto E-2 se tiverem dupla nacionalidade, desde que uma delas pertença a um país com tratado comercial ativo com os EUA. No Brasil, milhões de pessoas têm ou podem ter dupla cidadania de países europeus que têm acordo comercial com os Estados Unidos e, consequentemente, têm condições legais para morar e empreender no território norte-americano.
Os brasileiros com cidadania portuguesa podem solicitar o visto E-2. Desde abril de 2024, cidadãos portugueses são elegíveis ao visto temporário de comércio e investimento. Os brasileiros que residirem em Portugal devem entrar com a solicitação na Embaixada Americana em Lisboa e os que moram no Brasil, precisam procurar o Consulado Americano, em São Paulo. Dados da Eurostat (Serviço de Estatística da União Europeia) mostram que de 2002 a 2017 mais de 170 mil brasileiros obtiveram uma cidadania de 33 países europeus, dos quais a maioria integra a União Europeia. Portugal foi responsável por 32% do total de cidadanias concedidas no período, seguido por Itália (17,8%), Espanha (15,63%) e Alemanha (7,83%). O Brasil tem cerca de 30 milhões de ítalo-descendentes, isto é, de brasileiros descendentes de italianos, de acordo com as informações da Embaixada Italiana. O número indica que 15% da população brasileira possui vínculo com o país europeu.