O encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin, nesta sexta-feira (15), na Base Aérea Elmendorf-Richardson, no Alasca, marcou o retorno do presidente russo a território ocidental desde o início da guerra na Ucrânia. Os dois líderes se cumprimentaram com dois apertos de mão diante da imprensa e, em seguida, entraram juntos em um carro oficial para dar início a uma cúpula que mantém a comunidade internacional em alerta máximo. O gesto simbólico marcou o início de negociações que podem ser decisivas para o futuro do conflito, acompanhadas atentamente por líderes de todo o mundo.
Putin, acompanhado pelo ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, e pelo assessor Yuri Ushakov, foi recebido por Trump sobre um tapete vermelho na pista de pouso. Segundo o Kremlin, a reunião inicialmente seria restrita aos dois presidentes, assistidos apenas por intérpretes. No entanto, a Casa Branca decidiu incluir o secretário de Estado, Marco Rubio, e o enviado especial, Steve Witkoff, conforme explicou a porta-voz Karoline Leavitt a jornalistas a bordo do Air Force One.
Antes do encontro, Trump destacou o “respeito” mútuo com Putin e disse que existe um bom entendimento pessoal entre eles. “Nos entendemos bem”, afirmou durante o voo para o Alasca. No entanto, avisou que a reunião poderia ser encerrada rapidamente caso o líder russo não demonstrasse disposição para negociar. O presidente norte-americano, que atribuiu a responsabilidade da guerra ao seu antecessor, Joe Biden, também procurou conter as expectativas, classificando a cúpula como uma “reunião de tanteio” e estimando em “25%” as chances de fracasso.
Putin evitou comentar sobre possíveis resultados, enquanto Lavrov afirmou à imprensa que “a Rússia não faz suposições antecipadas”. O chanceler russo chamou atenção ao vestir uma camiseta com a inscrição “URSS” em cirílico. Esta é a primeira vez que Putin cruza o estreito de Bering desde o início do conflito, num cenário em que Moscou controla cerca de 20% do território ucraniano e as mortes pela guerra são estimadas em dezenas de milhares.