WASHINGTON, D.C. — O secretário de Estado, Marco Rubio, anunciou nesta quarta-feira que vai revogar os vistos de entrada nos EUA de todos os funcionários do governo do Brasil que estiverem envolvidos com o programa “Mais Médicos”.

De acordo com o comunicado divulgado no site do departamento americano, os funcionários atingidos pelas restrições "foram responsáveis ou envolvidos na cumplicidade do esquema coercitivo de exportação de mão de obra do regime cubano, que explora trabalhadores médicos cubanos por meio de trabalho forçado". 

O programa “Mais Médios” foi criado em 2013, durante o governo de Dilma Rousseff, e leva doutores cubanos para trabalhar no interior Brasil, onde poucos médicos brasileiros vão. E parte dos salários desses médicos estrangeiros vai para o regime ditatorial de Cuba. 

O primeiro governo Trump, que não tinha Marco Rubio como chefe da diplomacia, não atacou o programa. 

O secretário Rubio é nascido em Miami, mas é filho de pai e mãe cubanos filho.

"Esse esquema enriquece o corrupto regime cubano e priva o povo cubano de cuidados médicos essenciais. (...) Dezenas de médicos cubanos que atuaram no programa relataram ter sido explorados pelo regime cubano como parte do programa", argumenta o documento.

O anúncio ocorreu depois que o Departamento de Estado dos EUA informou que estava impondo restrições de visto a autoridades dos governos africanos, cubanos e granadinos e seus familiares devido a acusações de que eles privaram os cubanos de cuidados médicos essenciais.

A postagem do escritório da diplomacia dos EUA também chama o “Mais Médicos” de “golpe diplomático inconcebível”. 

"O Departamento de Estado também está tomando medidas para revogar vistos e impor restrições de visto a vários funcionários do governo brasileiro e ex-funcionários da OPAS, cúmplices do esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano. O Mais Médicos foi um golpe diplomático inconcebível de 'médicos' estrangeiros", afirmou o secretário, citando a Organização PanAmericana da Saúde.

Ainda não está claro quais funcionários federais exatamente serão barrados se tentarem viajar para os EUA — e nem se eles tem um visto válido para revogar. 

Em julho, Rubio já havia revogado os vistos de 8 dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal, e de seus familiares, por causa do papel deles no julgamento da tentativa de golpe do ex-presidente Jair Bolsonaro após a eleição de 2022. 

Os ministros Luiz Fux e os apontados ao tribunal por Bolsonaro ao tribunal, Cássio Nunes Marques e André Mendonça continuam com passe livre para visitar os EUA.

FONTE A HORA DA NOTÍCIA